Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, um alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida. E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá.
domingo, 23 de outubro de 2011
Guimarães Rosa
Qual o caminho da gente? Nem para frente nem para trás: só para cima. Ou parar curto quieto. Feito os bichos fazem. Viver... O senhor sabe: viver é etcétera...
Ingrid Brasilino
Estou tirando a poeira dos livros, abrindo as janelas, semeando amor-perfeito, colhendo sorrisos e fechando o guarda-chuva sem medo de sair molhada. Porque aos poucos aprendi que não interessa o tamanho do corte, mas o tempo e a forma da cicatrização. É nos por menores que se faz a soma, na vida que se sonha e através dos desejos que se (re)começa.
Lya Luft
Se me quiserem amar, terá de ser agora: depois, estarei cansada. Minha vida foi feita de parceria com a morte: pertenço um pouco a cada uma, para mim sobrou quase nada. Ponho a máscara do dia, um rosto cômodo e fixo: assim garanto a minha sobrevida. Se me quiserem amar, terá de ser hoje: amanhã, estarei mudada.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
José Luís Peixoto
Vou. Avanço, avanço e regresso. E cada quilômetro, um mês; e cada metro, um dia. Avanço para o que fomos. Encontrei nas pedras deste caminho, no luminescente desta viagem, um espaço por onde entrei e acelero, onde cada quilômetro em frente é um mês que recuo. E avanço neste caminho que fizemos mil vezes juntos e avançam as estações do ano: primavera, inverno, outono, verão, primavera, inverno... E avançam os quilômetros neste sítio onde entro como se caísse. Vertiginosamente. Atiro-me neste poço, no fundo que não se vê deste poço. E há tanta luz. Há os instantes que vivemos mil vezes juntos e que agora nascem sem nós e nos ultrapassam. Há o sol que partilhamos mil vezes e que agora não te aquece, que agora não me aquece. Pai. Passo por tudo e tudo me deixa e passa por mim. Caio. Avanço. Regresso.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Mahatma Gandhi
Enquanto uma pessoa encontrar ajuda interior e conforto em alguma coisa, deve conservá-la. Se desistir dela com uma disposição de auto-sacrifício ou por algum severo sentimento de dever, continuará a desejá-la, e esse desejo insatisfeito poderia causar-lhe perturbação. Só renuncie a algo quando quiser uma outra situação com tanta intensidade que esse algo não exerça mais atração sobre você.
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