Não tinham razões para ser felizes. Mas, a despeito de tudo, tinham momentos de felicidade. Era quando começavam a falar sobre os seus sonhos. (…) Por vezes a felicidade se faz com sonhos impossíveis.
sábado, 9 de abril de 2011
Patrícia Antoniete
Não me interessa ser feliz de brincadeira, fazer de conta contentamento, ser alegre de mentirinha, de vez em quando, quando as circunstâncias permitem e a falta de juízo se amotina. Não me interessa ver a felicidade por uma fresta de porta, por um buraco de fechadura, abocanhar-lhe uma nesga roubada num final de tarde, aproveitando um descuido da quase sempre alerta razão. Não me serve experimentar os adornos de um feliz de araque que tenham que ser despidos e trancafiados no armário negro assim que a realidade invadir a casa e eu me ver nua e dilacerada de dor e abandono. Não me basta vez por outra desatolar a cabeça de dentro da lama fétida da mediocridade e inspirar goles do ar do que seria viver de verdade, se apaixonar e ser feliz. Não quero o filé, nem o resto. Não me interessa, não me serve, não me basta. Quero a vida até as últimas e - por que não - piores conseqüências, mas a quero inteira e de verdade, para o que der e vier.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Gabriel García Márquez
E sem lhe dar tempo ao pânico libertou-se da matéria turva que o impedia de viver. Confessou que não passava um instante sem pensar nela, que tudo o que bebia e comia tinha gosto dela, que a vida era ela a toda hora e em toda parte, como só Deus tinha o direito e o poder de ser, e que o gozo supremo de seu coração seria morrer com ela.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Eduardo Galeano
Essa mulher é uma casa secreta. Em seus cantos, guarda vozes e esconde fantasmas. Nas noites de inverno, jorra fumaça. Quem entra nela, dizem, não sai nunca mais. Eu atravesso o fosso profundo que a rodeia. Nessa casa serei habitado. Nela me espera o vinho que me beberá. Muito suavemente bato na porta, e espero.
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