Não se melindre não.
Esse jeito novo meu,
foi moda que eu inventei.
Pra esconder essa dor nova, novíssima,
que inaugurei ontem, lá pelas seis da tarde,
quando todos os anjos rezavam a ave-maria,
o sol ainda esparramava luz no mundo,
a brisa fazia cócegas nas minhas partes todas
e o vento bateu - pra sempre - aquela porta.
Não se engane comigo.
Afora essa mania boba de estar sempre comovida,
(e ficar espiando a ternura onde ninguém vai olhar)
tenho a mesma sarça ardente aqui dentro
- ardente e obscena.
Vê: sou a mesma flor.
Que não se cheira.