terça-feira, 13 de maio de 2008

Semelhante

Silvana Guimarães


Não se melindre não.
Esse jeito novo meu,
foi moda que eu inventei.
Pra esconder essa dor nova, novíssima,
que inaugurei ontem, lá pelas seis da tarde,
quando todos os anjos rezavam a ave-maria,
o sol ainda esparramava luz no mundo,
a brisa fazia cócegas nas minhas partes todas
e o vento bateu - pra sempre - aquela porta.

Não se engane comigo.
Afora essa mania boba de estar sempre comovida,
(e ficar espiando a ternura onde ninguém vai olhar)
tenho a mesma sarça ardente aqui dentro
- ardente e obscena.

Vê: sou a mesma flor.
Que não se cheira.

Madrugada

(...)Tudo dorme. Eu, no entanto, olho o espaço sombrio,
Pensando em ti, ó doce imagem adorada!...(...)



Roland Barthes

Como ciumento sofro quatro vezes: porque sou ciumento, porque me reprovo de sê-lo, porque temo que meu ciúme machuque o outro, porque me deixo dominar por uma banalidade. Sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum.

Fernando Pessoa

A beleza de um corpo nu só o sentem as raças vestidas.

Silvana Guimarães

Relevo


Atrás do morro,

morro.

E é de amor.

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Sua

luz

minha

luz

sina