quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Sêneca -orador romano, 55 a.C. – 39 d.C.

Rir é correr risco de parecer tolo. Chorar é correr o risco de parecer sentimental. Estender a mão é correr o risco de se envolver. Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu. Defender seus sonhos e idéias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas. Amar é correr o risco de não ser correspondido. Viver é correr o risco de morrer. Confiar é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de fracassar. Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada. Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada. Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem. Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade. Somente a pessoa que corre riscos é livre!



E.E.Cummings

Em algum lugar onde nunca estive, e felizmente aquém de qualquer experiência, teus olhos guardam seu silêncio: em teu gesto mais frágil, há coisas que me envolvem ou que não posso tocar porque estão muito próximas. Teu olhar mais leve facilmente me descerra embora eu me tenha fechado como dedos, e me entreabres sempre, pétala por pétala, como a primavera (por toques habilidosos, misteriosamente) abre a primeira rosa. Ou se teu desejo é me fechar, eu e minha vida nos fecharemos formosa e rapidamente como quando o coração desta flor imagina que a neve - cuidadosamente - está caindo em toda parte; Nada do que podemos perceber neste mundo, se compara ao poder de tua intensa fragilidade: cuja textura me compromete com a cor de seus países e me entrega para sempre a morte cada vez que respiro. (Nada sei do que te faz tão poderosa ao me mover; mas algo em mim compreende apenas que a voz de teus olhos é mais profunda que todas as rosas) ninguém, nem mesmo a chuva, tem as mãos assim tão pequenas.