Vive o instante que passa. Vive-o intensamente até à última gota de
sangue. É um instante banal, nada há nele que o distinga de mil outros
instantes vividos. E, no entanto ele é o único por ser irrepetível e isso o
distingue de qualquer outro. Porque nunca mais ele será o mesmo nem tu que o
estás vivendo. Absorve-o todo em ti, impregna-te dele e que ele não seja, pois
em vão no dar-se-te todo a ti. Olha o sol difícil entre as nuvens, respira à
profundidade de ti, ouve o vento. Escuta as vozes longínquas de crianças, o
ruído de um motor que passa na estrada, o silêncio que isso envolve e que fica.
E pensa-te a ti que disso te apercebes, sê vivo aí, pensa-te vivo aí, sente-te
aí. E que nada se perca infinitesimalmente no mundo que vives e na pessoa que
és. Assim o dom estúpido e miraculoso da vida não será a estupidez maior de o
não teres cumprido integralmente, de o teres desperdiçado numa vida que terá
fim.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Lygia Fagundes Telles
Em
verdade vos digo que chegará o dia em que a nudez dos olhos será mais excitante
do que a nudez do sexo.
Laís Bratfisch
Aceitar sair do
controle. Isso pode ser mais assustador do que qualquer outra coisa que meta
medo, que me peça coragem, que me bagunce a vida. Pode ser a coisa mais linda
do mundo também.
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