A minha mãe era os seus olhos a brilharem uma cor de água profunda. Os seus olhos refletiam os meus olhos. Nesse reflexo estava aquilo que ambos sabíamos: as nossas certezas: o tempo, as palavras que dissemos quase sem perceber que eram tão importantes. Naquele momento, não existiu mais nada. A minha mãe olhava-me, e eu soube que a minha mãe me tinha olhado assim quando me vira pela primeira vez. Acabado de sair de dentro dela, foi com aqueles olhos que a minha mãe me viu. Ainda vermelho de sangue a cobrir-me a pele, sangue ainda vivo, eu pequeno, nos braços da minha mãe, e aqueles olhos verdadeiros a verem-me completamente. Eu pequeno, e aqueles olhos a saberem tudo sobre mim. Eu acabado de nascer, e aqueles olhos a que pertencerei sempre porque a eles pertenço desde o início. E ali, no quarto que naquele instante era o único quarto do mundo, os olhos da minha mãe refletiam os meus olhos. Eu via a minha mãe a ver-me a vê-la. Éramos, cada um de nós, um espelho que refletia o espaço infinito do interior de outro espelho. Entre nós, não havia distância porque éramos atravessados um pelo outro. Fazíamos parte de um lugar infinito que era igual em cada um de nós. Não éramos fronteiras dentro desse lugar, porque esse lugar não tinha fronteiras. Esse lugar era infinito. Esse lugar era o amor nos nossos olhos.
domingo, 8 de maio de 2011
Fernanda Mello
Hoje acordei inteira.
Migalhas?
Pedaços?
Não, obrigada.
Não gosto de nada que seja metade.
Não gosto de meio termo.
Gosto dos extremos.
Gosto do frio.
Gosto do quente
(depende do momento.)
Gosto dos dedinhos dos pés congelados ou do calor que me faz suar o cabelo.
Não gosto do morno.
Não gosto de temperatura-ambiente.
Na verdade eu quero tudo. Ou quero nada.
Por favor, nada de pouco quando o mundo é meu.
Não sei sentir em doses homeopáticas.
Sempre fui daquelas que falam "eu te amo" primeiro.
Sempre fui daquelas que vão embora sem olhar pra trás.
Sempre dei a cara à tapa.
Sempre preferi o certo ao duvidoso.
Quero que se alguém estiver comigo, que esteja.
Mesmo que seja só naquele momento.
Mesmo que mude de idéia no dia seguinte.
Migalhas?
Pedaços?
Não, obrigada.
Não gosto de nada que seja metade.
Não gosto de meio termo.
Gosto dos extremos.
Gosto do frio.
Gosto do quente
(depende do momento.)
Gosto dos dedinhos dos pés congelados ou do calor que me faz suar o cabelo.
Não gosto do morno.
Não gosto de temperatura-ambiente.
Na verdade eu quero tudo. Ou quero nada.
Por favor, nada de pouco quando o mundo é meu.
Não sei sentir em doses homeopáticas.
Sempre fui daquelas que falam "eu te amo" primeiro.
Sempre fui daquelas que vão embora sem olhar pra trás.
Sempre dei a cara à tapa.
Sempre preferi o certo ao duvidoso.
Quero que se alguém estiver comigo, que esteja.
Mesmo que seja só naquele momento.
Mesmo que mude de idéia no dia seguinte.
Álvaro de Campos
Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
Espécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
Espécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
Viviane Mosé
A felicidade é um ideal que a gente constrói e nunca pode ser atingido. O que você tem que buscar no relacionamento é alegria, que não exige nada, é apenas um estado de vibração e abertura para a vida... Se você tem um plano que vai ser feliz em um dia que nunca chega, perde o momento que é uma mistura de tudo isso - alegria, dor, vibração, tesão... a vida é um kit completo! Ninguém atinge um momento de perfeição. Tem mosquito no paraíso, enjôo no transatlântico, não existe ausência de movimento.... (e a felicidade é ausência de movimento!).
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