sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pascal Bruckner in O Paradoxo amoroso


O amor é uma aventura de que não queremos nos privar, mas com a condição de que ele não nos prive de nenhuma outra. Em suma, como crianças grandes, queremos tudo e o contrário de tudo: continuar unidos sem nos ligar a ninguém, o que a tecnologia favorece. O telefone é, assim, o marido/mulher dos solteiros, permitindo-lhes estar com todos sem precisar estar ao lado de ninguém. Os meios de romper a solidão, a Internet, os celulares são, em princípio, um meio de confirmá-la, uma vez que a tornam tolerável.

Eduardo Galeano


A televisão mostra o que acontece?
Em nossos países, a televisão mostra o que ela quer que aconteça; e nada acontece se a televisão não mostrar. A televisão, essa última luz que te salva da solidão e da noite, é a realidade. Porque a vida é um espetáculo: para os que se comportam bem, o sistema promete uma boa poltrona.

Adriana Falcão in Luna Clara e Apolo 11


O garoto que nunca quis nada na vida agora tinha dois quereres de uma só vez, e o pior é que um querer queria ir, e o outro queria ficar.
Um bocadinho só.
Um último olhar.
Só mais um sorriso.
E Nossa Senhora do Só Mais Um Bocadinho deve ajudar todo mundo de vez em quando, ou Luna Clara não teria ficado ali, só mais um bocadinho, olhando para ele: “nossa!”
Agora era apelar para Nossa Senhora das Coisas Ditas No Momento Exato.