sábado, 16 de julho de 2011

Eduardo Galeano in O livro do abraços

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
- Me ajuda a olhar!

Alysson Amorim


Nomear o que nos falta é o que procuramos fazer do útero ao túmulo, do primeiro choro à derradeira oração.

Jostein Gaarder in O Dia do Curinga

Não há um lugar onde possamos nos esconder para escapar do tempo – continuou meu pai. – Podemos escapar de reis e imperadores, e talvez até de Deus. Mas não podemos escapar do tempo. O tempo nos enxerga em toda a parte, pois tudo à nossa volta está mergulhado nesse elemento infatigável.