segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Osho



Toda a mudança gera medo, porque toda mudança o leva ao desconhecido, a um mundo estranho. Se nada mudar e tudo permanecer estático, você nunca terá medo algum. Isto significa que se tudo estiver morto, você não terá medo.
       Por exemplo, você está sentado e existe uma rocha ao seu lado. Não há nenhum problema: você olha para a rocha e está tudo bem. De repente, a rocha começa a se mover; você fica assustado. Vivo! Movimento gera medo; e se tudo estiver parado, não há nenhum medo. Eis porque pessoas, com medo de cair em situações temerosas, arranjam uma vida sem mudanças. Tudo permanece na mesma e a pessoa segue uma rotina morta, completamente esquecida de que a vida é um fluxo. Ela permanece numa ilha própria onde nada muda. A mesma sala, as mesmas fotografias, a mesma mobília, a mesma casa, os mesmos hábitos, as mesmas camas - tudo na mesma. O mesmo maço de cigarros; não gostará sequer mesmo de uma marca diferente. Entre isso, no meio dessa mesmice, a pessoa sente-se à vontade.
          As pessoas vivem quase que em seus túmulos. O que chama de uma vida conveniente e confortável não é nada senão um túmulo disfarçado. Então, quando você começa a mudar, quando começa na jornada do espaço interior, quando se torna um astronauta do espaço interior, tudo está a mudar depressa, cada momento tremendo de medo. Desse modo, mais e mais medo precisa ser enfrentado.
          Deixe o medo estar lá. Pouco a pouco começará a desfrutar tanto das mudanças que estará preparado a qualquer custo. Mudanças irão dar-lhe vitalidade... Mais vivacidade, alegria, energia. Então você não será como um poço - fechado por todos os lados, estático. Você se tornará como um rio correndo em direção ao desconhecido, em direção ao oceano onde desaparece.

Martha Medeiros


Nada do que vejo e nada do que me contam parece real, eu tenho a sensação de que estou ficando louca, porque no íntimo não sinto nem penso como os outros, não tenho os mesmos interesses, não tô nem aí pro destino do planeta, não to nem aí pra política, não acredito numa palavra do que as pessoas dizem, não acredito na boa intenção de ninguém, tudo farsa, tudo atuação.

Cildo Meirelles


Tudo é perecível. Mas há uma diferença entre o perecível e o descartável. Somos finitos – isto é ser perecível. Mas não vamos nos suicidar por causa disso – isto seria sermos descartáveis.