domingo, 6 de novembro de 2011

Mario Benedetti in A trégua


Martín vê sua vida mudar, no entanto, ao contratar a jovem Laura Avellaneda, uma boa moça, de “traços definidos, de gente leal”. Com Laura, ele se redescobre capaz de amar de novo. Descobre que não está ressequido afetivamente, como imaginava. E se encoraja a uma mudança de vida que inclui um acordo de relação pautada na liberdade, na falta de planos e de promessas.
 “Não quero que nosso vínculo arraste consigo a absurda situação de um namoro voltado para o casamento, e tampouco que adquira o matiz de um programa vulgar e grosseiro (...); não quero que o futuro me condene a ser um velho desprezado por uma mulher na plenitude dos seus sentidos, e tampouco que, por temor a esse futuro, eu fique à margem de um presente como este, tão atraente e insubstituível.”

Antonio Ramos Rosa


Não posso adiar o amor para outro século
Não posso
Ainda que o grito sufoque na garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda
Sob montanhas cinzentas
E montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes
Amor e ódio
Não posso adiar
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas
E a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
Nem o meu amor
Nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.

Lya Luft


Ser humano, com toda a miséria e grandeza que isso significa, não é apenas precisar de amparo e consolo, mas também enxergar, abaixo da superfície e atrás das paredes, novas possibilidades de viver e se relacionar.