sexta-feira, 28 de agosto de 2009
1,2,3...40 semanas!
nos gestos podados na relva umedecida
de nossa pele açoitada.
Silenciamos nossos sentimentos
sob o chicote das palavras
marcando nossos ombros estreitos.
Crescemos assim, infestados
de traças, trapaças, mazelas.
Gestamos dentro de nós
a força única da palavra
que embora não dita
há de vigorar.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Zélia Duncan
Errar é útil
Sofrer é chato
Chorar é triste
Sorrir é rápido
Não ver é fácil
Trair é tátil
Olhar é móvel
Falar é mágico
Calar é tático
Desfazer é árduo
Esperar é sábio
Refazer é ótimo
Amar é profundo
E nele sempre cabem de vez
Todos os verbos do mundo
Abraçar é quente
Beijar é chama
Pensar é ser humano
Fantasiar também
Nascer é dar partida
Viver é ser alguém
Saudade é despedida
Morrer um dia vem
Mas amar é profundo
E nele sempre cabem de vez
Todos os verbos do mundo.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nenhuma prova
Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui
Agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir
Embora
Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
E eu peço somente
O que eu puder dar
Porque eu sei que é amor
Sei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amor
Sei que só há uma resposta
Mesmo sem porquê eu te trago aqui
O amor está aqui
Comigo
Mesmo sem porquê eu te levo assim
O amor está em mim
Mais vivo
Porque eu sei que é amor
sábado, 15 de agosto de 2009
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Só quem está disposto a perder tem o direito de ganhar. Só o maduro é capaz da renúncia. E só quem renuncia aceita provar o gosto da verdade, seja ela qual for. O que está sempre por trás dos nossos dramas, desencontros e trambolhões existenciais é a representação simbólica ou alegórica do impulso do ser humano para o amadurecimento. A forma de amadurecer é viver. Viver é seguir impulsos até perceber, sentir, saber ou intuir a tendência de equilíbrio que está na raiz deles (impulsos). A pessoa é impelida para a aventura ou peripécia, como forma de se machucar para aprender, de cair para saber levantar-se e aprender a andar. É um determinismo biológico: para amadurecer há que viver (sofrer) as machucadelas da aventura e da peripécia existencial. A solução de toda situação de impasse só se dá quando uma das partes aceita perder ou aceita renunciar (e perder ou renunciar não é igual, mas é muito parecido; é da mesma natureza). Sem haver quem aceite perder ou renunciar, jamais haverá o encontro com a verdade de cada relação. E muitas vezes a verdade de cada relação pode estar na impossibilidade, por mais atração que exista. Como pode estar na possibilidade conflitiva, o que é sempre difícil de aceitar. Só a renúncia no tempo certo devolve as pessoas a elas mesmas e só assim elas amadurecem e se preparam para os verdadeiros encontros do amor, da vida e da morte. Só quem está disposto a perder consegue as vitórias legítimas. Amadurecer acaba por se relacionar com a renúncia, não no sentido restrito da palavra (renúncia como abandono), porém no lato (renúncia da onipotência e das formas possessivas do viver). Viver é renunciar porque viver é optar e optar é renunciar. Renunciar à onipotência e às hipóteses de felicidade completa, plenitude etc é tudo o que se aprende na vida, mas até se descobrir que a vida se constrói aos poucos, sobre os erros, sobre as renúncias, trocando o sonho e as ilusões pela construção do possível e do necessário, o ser humano muito erra e se embaraça, esbarra, agride, é agredido. Eis a felicidade possível: compreender que construir a vida é renunciar a pedaços da felicidade para não renunciar ao sonho da felicidade.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Lya Luft
Isabel Allende
Jana Farias
Semana inteira...
Vestido rasgado
contigo desnuda,
abraço devagar.
Retiro banhado...
Cobiça natural,
expirar emoções...
Aquele instante,
cenário perplexo, escuro...
Música..
ENTREGA!
Perceber palavras,
revelar segredos...
Falando baixinho...
Soluços... Sorrisos... Promessas.
Esquecer? Resistir? Disfarçar?
DIFÍCIL!
Sujeito prodígio, galante...
Mergulhar, deslizar, pertencer...
Intenção: permitir prazeres...
Única direção...
Afagos, carícias,
ternura - embalam, ouriçam, enroscam.
Arrastar abalos...
Tocada... Sentido GOSTOSO! Aquece!
Amada!
Tornamos animais...
Ajuste perfeito! Sublime!
Contemplar delírios...
Centelha! EXPLOSÃO!
Êxtase imortal!
Caminho... Estrada... Destino...
*(Desenho colorido de Jana Farias feito por Humberto)
João Guimarães Rosa
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Osho
A vida é possível apenas através de desafios. A vida é possível apenas quando você tem ambos, bom tempo e mau tempo, quando você tem ambos, prazer e dor, quando você tem ambos, inverno e verão, dia e noite. Quando você tem ambos, tristeza e alegria, desconforto e conforto. A vida se move entre essas duas polaridades. Movendo-se entre essas duas polaridades, você aprende como ter equilíbrio. Entre essas duas coisas, você pode aprender como voar até à estrela mais distante.