sexta-feira, 20 de junho de 2008

Edson Marques

Tem gente que se casa com a Musa visando preservá-la.
Mas isso é um tremendo erro de cálculo.
Casar-se com a Musa é desperdiçá-la para sempre.
Musas não suportam algemas de ouro no dedo anular.
É impossível formalizar a Paixão, prender o Amor, engaiolar o Desejo.
Fazer um Contrato de Aventuras é uma contradição imperdoável.
Enquanto a Musa pertence ao reino encantado da Poesia e do Romance, a esposa tem tudo a ver com prendas domésticas, geração da prole, bujão de gás e novela da Globo. Portanto, não queira nunca transformar a Musa em esposa. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
E a recíproca também é verdadeira: o príncipe encantado, antes de virar sapo definitivamente, passa pelo estágio provisório de marido. É só uma questão de tempo.

Nenhum comentário: