sexta-feira, 10 de abril de 2009

Mãos atadas

Julieni AndradeCada maldito espaço vazio no tempo perdido
faz de você um quase inatingível objetivo...
traçado inesperadamente pelo querer repentino.
Será assim até que o contrário meu coração sinta.
Essa inundação de espasmos,
relâmpagos nada acanhados...
fez de mim, alma desprotegida,
habitante de corpo febril.
Como pode uma alma desesperada ser acasalada
pelo corpo em chamas sem se desfazer em larvas?
Insólita vivência, onde permeia meu querer, meu não poder...
Enquanto dói, de minuto em minuto, vejo a água dos meus olhos escorrendo.
Sigo vencendo os dias atolados em um oco...
esperando ser preenchido pela presença imaginada do cheiro.
Vago tecendo, nas horas, as esperanças remanescentes da pouca fé que tenho...
almejando encher meus olhos da cor dos seus a olhar-me.
Atravesso meu vácuo estar, contando pérolas da vontade quente...
Mas...
se... por fim, chegar a hora H...
vou entrega-lhe meu sorrir expansivo na bandeja do meu amor abrigo do seu...
andamos, assim, de mãos atadas...
esperanças nada exageradas,
amor imenso, submerso no vago abraço não dado.




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