Tão sutilmente em tantos breves anos foram se trocando sobre os muros mais que desigualdades, semelhanças,
que aos poucos dois são um, sem que, no entanto deixem de ser plurais: talvez as asas de um só anjo, inseparáveis.
Presenças, solidões que vão tecendo a vida, o filho que se faz, uma árvore plantada, o tempo gotejando do telhado.
Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe o pó de um cotidiano desencanto. Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos que uma em outra pode se trocar, sem que alguém de fora o percebesse nunca.
domingo, 27 de dezembro de 2009
Lya Luft
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