domingo, 14 de fevereiro de 2010

Luís de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um querer mais que bem querer;
É um andar solitário por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence o vencedor;
É ter com que nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é mesmo amor?

Um comentário:

SolBarreto disse...

Amo esse poema! E adoro seu blog, sempre dou uma espiadinha...
Bj