terça-feira, 25 de maio de 2010

Maura de Senna Pereira

A dríade e os dardos

Em verdade te digo que não foi naquela hora
que te pertenci:
quando me tomaste nos teus braços poderosos
e me tiveste sob teus beijos e tua respiração.


Em verdade te digo que não foi naquela hora
mas quando, diante do teu, surgiu meu espírito livre e novo
de rebento inquieto deste século,
e descobrimos todas as comunhões das nossas almas.


Quando conheceste as minhas derrotas
e disseste que eram triunfos.
Quando viste pulsar meu coração nu
e o festejaste.
Quando soubeste que nem sempre
os teus pensamentos são os meus pensamentos
nem os teus caminhos são os meus caminhos.

Mas o amor brilhou como nunca em tua face
e me surpreendeste com a torrente de palavras
de que eu tinha sede
desde a minha primeira hora consciente.


Foi quando te pertenci.

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