domingo, 31 de outubro de 2010

Renata Fagundes


Ela tinha ímpeto de desaparecer, virar espuma, vento, soprar longe. Se sentia culpada quando essa vontade tomava conta dos seus pensamentos, sempre rodeada de sons, vozes, música, amor, superproteção que ela não pedia.Tinha gana de desligar os telefones, o interfone, desligar-se.Não era egoísmo puro e simples, era saudade dela.Sentia falta de rir sozinha lendo seus livros, acender incenso tomando banho quente, andar pela casa com sua camiseta surrada, descalça, distraída, relaxada, ver seus filmes antigos tomando café forte, queria sua companhia de volta, não definitivamente (solidão nunca a seduziu), pois amava estar com os seus.Gostava de ser acolhida, mimada, mas algumas vezes, um filme, um café, pés descalços, lhe bastava.

2 comentários:

Renata Fagundes disse...

Adoro essas surpresas que me fazem :D

fico feliz em saber que lê o Cítrico

seja sempre muito bem vindo!

beijos cintilantes Rinaldo

Anônimo disse...

acho que você complementa as reticências das minhas páginas.

Ps.