quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Roland Barthes

Na languidez amorosa, algo se vai, sem fim; é como se o desejo não fosse outra coisa senão essa hemorragia. Eis o cansaço amoroso: uma fonte que não é saciada, um amor escancarado. Ou ainda: todo meu eu é puxado, transferido para o objeto amado que toma o lugar dele: a languidez seria essa passagem extenuante da libido narcísica à libido objetal. (Desejo do ser ausente e desejo do ser presente: a languidez suprime os dois desejos, ela coloca a ausência na presença. Surge daí um estado de contradição: é a ‘queimadura suave’) .

Nenhum comentário: