Não lembro
em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós
mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça
que ainda estamos vivos. Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é
assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada.
Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o
que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se
esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido. Pensar é
transgredir.
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