Num mundo que prefere a segurança à justiça, há cada vez mais gente que aplaude o sacrifício da justiça no altar da segurança. Nas ruas das cidades são celebradas as cerimônias. Cada vez que um delinquente cai varado de balas, a sociedade sente um alívio na doença que a atormenta. A morte de cada malvivente surte efeitos farmacêuticos sobre os bem-viventes. A palavra farmácia vem de phármakos, o nome que os gregos davam às vítimas humanas nos sacrifícios oferecidos aos deuses nos tempos de crise.
O amor me move...
Só por ele eu falo. (Dante Alighieri)
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Pensamento Oriental
Existe uma linha vermelha, invisível aos olhos, que conecta todos que estão destinados a se encontrar. E não importa o tempo, o lugar ou as circunstâncias. Esse fio pode ser apertado ou emaranhado, mas nunca rompido.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Mário Quintana
Não sei por que, sorri de repente, e um gosto de estrela me veio na boca. Eu penso em ti, em Deus, nas voltas inumeráveis que fazem os caminhos... Em Deus, em ti, de novo... Tua ternura tão simples. Eu queria, não sei por que, sair correndo descalço pela noite imensa.
Carla Madeira
A trajetória humana é o resultado da tensão entre preservar e transgredir. O corpo quer preservar. A alma, transgredir. Funciona
mais ou menos assim: o sujeito está parado em frente ao mar, em um lugar
paradisíaco, dia azul, brilhante e agradável. Uma brisa suave deixa a vida
perfeita. É quando a alma começa a se perguntar: “O que será que tem do lado de
lá?” O corpo completamente feliz com o paraíso responde: “Não faço a menor
ideia.” Então, a alma continua: “Acho que vamos ter de ir até lá.”
“Como assim”, protesta o corpo! “Ir lá a troco de quê? Correr
o risco de afogar, de ser comido por um tubarão!” “É, mas, se o único jeito de
saber o que tem do lado de lá é indo lá, vamos ter que ir. Ou você prefere que
eu vá sozinha?” O corpo, sabendo que não pode ficar vazio de alma, se
conforma. E a alma, cheia de coragem e dúvida, se lança ao mar.
O que nos move são as perguntas, que organizam
nossas dúvidas. Que não se calam e nos fazem seguir em frente. Os maiores
empobrecimentos do mundo e as maiores violências nascem das certezas. Os
fundamentalistas são aquelas pessoas com certezas tão absolutas que matam e
morrem por elas. E fazem isso não pelo que acreditam, mas porque estão tão
radicalmente sem dúvidas que não admitem que o outro pense ou seja diferente.
A obsessão pela certeza é uma tentativa de eliminar
o risco. O medo do risco imobiliza. O sujeito passa as quatro estações dentro
de casa. Não pode sair no verão porque o sol forte pode provocar câncer de
pele. É verdade, pode. Não pode sair no inverno porque pode pegar uma
pneumonia. É…pode. Não pode sair na primavera: vai que as abelhas assanhadas
com o pólen resolvem atacá-lo. Isso pode até matar. Não pode sair no outono já
que as folhas caem, e um galho pode cair junto, bem na cabeça do cara. Quem pode
garantir que não? É isto que o medo faz: ele transforma a possibilidade, muitas
vezes remota, em certeza. O medo é a certeza de que o pior vai acontecer.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Cecília Meireles
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Camila Costa
Não acelere, mas também não freie. Deixe que a vida ande na sua própria velocidade; você não pode controlar o tempo. As coisas fora do lugar saberão para onde ir.
Skank
Eu voltei pra sina
contei pra uma menina
Meu medo só termina estando ali
Ela é suave assim
E sabe quase tudo de mim
ela sabe onde
Eu queria estar, enfim...
contei pra uma menina
Meu medo só termina estando ali
Ela é suave assim
E sabe quase tudo de mim
ela sabe onde
Eu queria estar, enfim...
Martha Medeiros
Não tenho nada a ver com o que é dos outros, seja roupa, gostos,
opiniões. Não me escalo para histórias que não são minhas, não me envolvo com o
que não me envolve, não tomo emprestado nem me empresto. Se é caso sério eu me doo,
se é bobagem eu me abstenho…
Cora Coralina
Desistir…
Eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério. É que tem
mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos
meus passos do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que
medo na minha cabeça.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Fernanda Mello
Ah,
quer saber o que eu penso? Você aguentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove.
Sinta. Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem
prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por
quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem
boa de se mostrar. Dar à cara a tapa! Ser louca, estranha, linda, chata! Eu sou
assim. Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Tenho uma tpm horrivel. Sou
viciada em gente. Adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te
peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do
tédio.Vire meu mundo do avesso!. Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... Um
beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar
com cara de sapo. Este é o meu alimento: palavras para uma alma com fome. Te
pergunto: você agüentaria viver na montanha-russa que é meu coração? Me
desculpe. Nada é pouco quando o mundo é meu.
domingo, 10 de fevereiro de 2013
Herman Hesse
Quanto mais envelhecia, quanto mais
insípidas me pareciam as pequenas satisfações que a vida me dava, tanto mais
claramente compreendia onde eu deveria procurar a fonte das alegrias da vida.
Aprendi que ser amado não é nada, enquanto amar é tudo (...). O dinheiro não
era nada, o poder não era nada. Vi tanta gente que tinha dinheiro e poder, e
mesmo assim era infeliz. A beleza não era nada. Vi homens e mulheres belos,
infelizes, apesar de sua beleza. Também a saúde não contava tanto assim. Cada
um tem a saúde que sente. Havia doentes cheios de vontade de viver e havia
sadios que definhavam angustiados pelo medo de sofrer. A felicidade é amor, só
isto. Feliz é quem sabe amar. Feliz é quem pode amar muito. Mas amar e desejar
não é a mesma coisa. O amor é o desejo que atingiu a sabedoria. O amor não quer
possuir. O amor quer somente amar.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Martha Medeiros
Você sabe que é amado porque lhe
disseram isso, as três palavrinhas mágicas.
Mas saber-se amado é uma coisa,
sentir-se amado é outra, uma diferença de quilômetros.
A demonstração de amor requer mais do
que beijos, sexo e palavras.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa
tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa
quando as coisas não estão dando certo, que coloca-se a postos para ouvir suas
dúvidas e que dá uma sacudida em você quando for preciso.
Sentir-se amado é ver que ela lembra
de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com
seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com
delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água.
Sentem-se amados aqueles que perdoam
um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão...
Sente-se amado aquele que se sente
aceito, que se sente inteiro.
Sente-se amado aquele que tem sua
solidão respeitada, aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.
Sente-se amado quem se sente seguro
para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois
personagem nenhum se sustenta muito tempo.
Sente-se amado quem não ofega, mas
suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora, sente-se e escute: Eu te amo
não diz tudo! Eu te amo faz de tudo...
sábado, 4 de agosto de 2012
Mário Quintana
Nunca
ninguém sabe se estou louco para rir ou para chorar…
Por
isso o meu verso tem esse quase imperceptível tremor...
A
vida é triste, o mundo é louco!
Nem
vale a pena matar-se por isso.
Nem
por ninguém.
Por
nenhum amor…
A vida continua, indiferente!
Maitê Proença in Uma Vida Inventada
Neste
mundo não há saída: há os que assistem, entediados, ao tempo passar da
janela, e há os afoitos, que agarram a vida pelos colarinhos. Carimbada
de hematomas, reconheço, sou do segundo time.
sábado, 28 de julho de 2012
Clarence Day
O mundo dos livros
É a criação mais notável do homem,
Nada que ele constrói perdura.
Os monumentos ruem,
As nações perecem,
As civilizações envelhecem e morrem
E depois de uma era de obscurantismo,
Novas raças constroem outras.
Mas no mundo dos livros, há volumes
Que viram isto acontecer repetidas vezes
E continuam vivos
E continuam novos.
Continuam tão vigorosos como no dia em que foram escritos.
Falando ainda aos corações dos vivos
Dos corações dos mortos, há séculos.
É a criação mais notável do homem,
Nada que ele constrói perdura.
Os monumentos ruem,
As nações perecem,
As civilizações envelhecem e morrem
E depois de uma era de obscurantismo,
Novas raças constroem outras.
Mas no mundo dos livros, há volumes
Que viram isto acontecer repetidas vezes
E continuam vivos
E continuam novos.
Continuam tão vigorosos como no dia em que foram escritos.
Falando ainda aos corações dos vivos
Dos corações dos mortos, há séculos.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
Sana Tessmann
Leio cada cicatriz de sua pele.
Descubro falhas com os lábios. Redesenho molhando as linhas, a língua. Aquarela
em minha boca. E quando acorda ela tem novas manchas nas costas. Cortes nas
coxas. Desconheço minha força na sua carne fraca. Ela é meu brinquedo quebrado.
A minha dor mais lavada e meu amor mais fundo. A ferida mais aberta. E quando
beijo seus olhos com medo não entende. Adormeço feliz com ela em meus braços. E
sou feliz com ela em meus abraços.
domingo, 10 de junho de 2012
Jung Mo Sung
Quem exige de si e de outros o ideal, sem levar em
conta o possível, se torna autoritário e até mesmo cruel. Entre o que somos e o
que deveríamos ser, há o que podemos ser. A distância entre o que podemos e
deveríamos ser é o espaço do perdão.
Nilton Bonder
Há um olhar que sabe discernir o certo do
errado e o errado do certo. Há um olhar que enxerga quando a obediência significa
desrespeito e a desobediência representa respeito. Há um olhar que reconhece os
curtos caminhos longos e os longos caminhos curtos. Há um olhar que desnuda,
que não hesita em afirmar que existem fidelidades perversas e traições de
grande lealdade. Este olhar é o da alma.
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