quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Lya Luft

Amor não deveria ser prisão ou dever, mas crescimento e libertação. Porém, se gostamos de alguma coisa ou de alguém, queremos que esteja sempre conosco. Perda e separação significam sofrimento, mas não o fim da vida e nem o fim de todos os afetos.
Certa vez entregaram-me um bilhete que dizia:
“Se tu amas alguém, deixa-o livre.”
(...)
O que mais identifica um par é o clima que circula entre ambos alem de palavras e gestos.
A palavra “ liberdade” devia de ser a mais presente, porém é a mais convidada a afastar-se discretamente e permitir que em seu lugar assuma um comando a alguma subalterna: tolerância, resignação, doação adaptação. Rodando o fosso do castelo, a vilã de todas: a culpa.
Quem deixou sobre a minha mesa um bilhete dizendo “Se tu amas alguém, deixa-o livre”
sabia das coisas, portanto sabia também o desafio que me lançava. No mundo das palavras há tantos artifícios quantas são as nossas contradições.

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