quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Amor proibido VI

Fernando Palm
Deixo sua lembrança me amanhecer. Abrevio sua face à cabeceira da cama. O dia já não é um qualquer, chega com maior riqueza de significados e até o silêncio parece querer me dizer algo. É uma agressão tentar não pensar em você. Infantilizo sentimentos pela manhã para brincarmos de nos desejar pela tarde. As mãos dos meus olhos corrompem distâncias para tocar o seu corpo, ultrapassam qualquer lei existente na física, meu suspiro é minha voz sonolenta tentando te dar um bom dia. Esqueço o relógio, o tempo que você mora dentro de mim não pode ser medido por minutos, o tempo que eu te esqueci foi só uma maneira de te amar mais. Excedo-me para pagar os desejos atrasados, quero te confessar as mais reprimidas vontades que me tomaram de vez em quanto, por todos esses anos. Eu estou atrasado na sua vida, mas estou na sua vida. E agora não somos mais reféns do que aconteceu, somos donos do que estar por acontecer.


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