quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Rainer Maria Rilke


Como hei-de segurar a minha alma
para que não toque na tua? Como hei-de
elevá-la acima de ti, até outras coisas?
 
Ah, como gostaria de levá-la
até um sítio perdido na escuridão
até um lugar estranho e silencioso
que não se agita, quando o teu coração treme.
 
Pois o que nos toca, a ti e a mim,
isso nos une, como um arco de violino
que de duas cordas solta uma só nota.
 
A que instrumento estamos atados?
E que violinista nos tem em suas mãos?
Oh, doce canção.

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