segunda-feira, 23 de maio de 2011

Viktor Frankl


É verdade, tudo é transitório – tudo e todos, seja uma criança que geramos, ou o grande amor do qual nasceu a criança, seja uma grande idéia – tudo é igualmente transitório. A vida humana dura setenta anos, talvez oitenta, e se é uma boa vida, vale a pena vivê-la. Um pensamento dura talvez sete segundos, mas, se é um bom pensamento, contém uma verdade. Mas tanto a grande idéia é transitória como a criança e o grande amor. Eles são transitórios. Tudo é transitório.
Por outro lado, todavia, tudo é eterno. Mais que isso: faz-se eterno. Não podemos evitá-lo. Se tivermos iniciado qualquer coisa, a eternidade se apossa dela. Mas temos de assumir a responsabilidade por aquilo que tivemos preferido realizar, aquilo que tivermos escolhido para começar a ser parte do passado, que tivermos selecionado para ser eterno!
Tudo é escrito no arquivo eterno – nossa vida toda, todas as nossas criações e ações, encontros e experiências, todos os nossos amores e sofrimentos. Tudo isso está contido e permanece no arquivo eterno. A realidade não é um manuscrito redigido em um código que devemos decifrar, como ensinou o grande filósofo existencialista Karl Jaspers. Não, a realidade é, antes, um documento que devemos ditar.

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