segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Denise Aerts e Christiane Ganzo


Tornamo-nos escravos de quem fomos no passado. Se ontem dissemos que faríamos tal coisa, como hoje mudar? Se ontem elegemos o sorvete de pistache como o nosso favorito, como hoje desejar o sorvete de sambayon? Se ontem fiz ou pensei tal coisa, como posso hoje fazer ou pensar diferente? E se percebemos em nós a tendência à multiplicidade? Uma vontade, hoje, agora, de fazer, pensar e sentir diferente. Mas não! E nossa coerência? Estabilidade? O que os outros vão pensar de nossa saúde mental? Dirão que não sabemos o que queremos! Dirão que somos birutas como os marcadores de vento, loucos como o tempo ou, simplesmente, pouco confiáveis, já que mudamos sempre de opinião. Dirão mesmo isso? Seremos nós o assunto dos outros? Não se iluda: temos tão menos importância do que gostaríamos!  

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