segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Patricia Antoniete


E se eu te dissesse desisto, me rendo, deponho armas, hasteio a bandeira branca, me entrego, deu, era isso? Se eu confessasse que lá, não tão no fundo, já nem sei mais que começo tem meu mundo e que fim tem a minha rua se não começo ou termino o dia me sabendo tua em todos os sentidos, de cima para baixo, pele, da esquerda pra direita, língua, de fora pra dentro, olhos, de cá pra lá, voz, de dentro pra fora, cheiro, tu tomarias o meu país, demarcarias as minhas fronteiras, farias teu o meu território e me colocarias um nome desses bem bonitos para me chamar de minha pátria, meu chão, minha terra, para deitar em mim tuas raízes, fazer correr por mim teus rios e brotar em mim tuas sementes de linho, algodão, trigo amarelo, pêssego branco? Dispensei meus exércitos.
Aguardo teu desembarque em minhas costas.

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